o desejo e a consciência onírica

A potência desse desejo assusta-me.

Eu poderia afogá-lo com minhas próprias mãos,

de tanto desejo!

Depois, mergulharia para resgatá-lo

e na ardência que é de meus olhos

quando submersa,

expulsaria-o.

Depois, respiração pesada, corpo leve,

adormeceria para reencontrá-lo

trazendo-o de volta,

deitando-o cuidadosamente em meu sonho.

Somente aí,

a realização.

No sonho

ele é sorvido,

saciando e renovando a sede.

é revivido,

para logo em seguida morrer.

é morto,

para novamente nascer.

é repetido,

para ser sempre instante,

sempre único a cada renascer.