A anunciada transição...

Percorridas as palavras... Elas sós e mal acompanhadas pelo medo.
Soltas ao vento... Para não ficar... Cimentadas... Adornadas.
Volta ao pesadelo errante... Aos vastos dias... Em rumo saliente... Corrente de águas diagnosticadas em fluxo contínuo.

As luzes acesas ditam o teor da face... Moldo-me ao avesso.
Misturas de cores... Tons e começos... Ré (começo)... Os pedais são assim... Frente e berço.

Azuis são os sóis. Nascidas sós... Minha cara... Minha lápide fatiada em tropeços...
As palavras perdem-se em cíclos... Ditados... Finitos.

Aprendo a mergulhar em mim... O visgo de uma estrada única...
Os raios miram... Têm rumo certo... Incerto.

Elaboradas lembranças... O presente ramificado...
Tenho luas para colher... Aguardo o próximo trem.

Lambidas nas páginas amareladas de um livro...
Só eu fico... Decidido martírio do Poeta.

Os textos e suas variações... As gotas e as suas direções...
Não falo nada... Apenas curvo-me às decisões. Não há mais dúvidas.

Próximo ponto... Quem saberia com certeza...
Ainda aguardo na estação... O vento forte que revirará o meu pulmão.

Passa o dia... As palavras serão apenas minhas.
Que se rasguem as lacunas... Misturem-se em amplitude... Em noite anunciada.

Sementeei os lírios mais claros... Ouvimos sinos...
Nasci só... O morrer não será falho. Transitório.

13:22