Kuala Lumpur

Vou-me embora

para a Malásia.

Lá, nas Petronas subirei

sobre as formas geométricas e culturais

e o céu tocarei.

E por falar em forma,

para a Ilha da Mulher Grávida vou,

saciar minha sede de saber

na única água bebível

cercada pelo sal desses Tigres Asiáticos.

No Estado de Málaca,

me encontro com parte minha.

Especiaria, ouro e chá;

“Bar Portogesi”, onde algo próximo ao Camoniano

se pode ouvir num lamento.

E numa fazenda sem nome,

sem nome sei que ficarei.

Só aqueles sábios crocodilos

poderão-me ensinar,

através do beijo hipnótico,

a virtude em ser e estar.

A doce Dinamene,

que medita e que me vê,

me envolve como a Python,

que envenena minha razão.

Mas, não sou Luís Vaz,

ou coisa que o valha.

Sou apenas como os orangotangos

que, nessa Selva Asiática,

busca resposta

para o que nem sei

se é pergunta.

E a devastação mata

o primata;

meu verdadeiro ancestral.

O outro é misto

e já não se sabe,

se é pátria ou se é lábia.

Fala, como pode ser

verbo, início,

se não for

antes bruto a lapidar;

primitivo e aberto a interferências?

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 04/06/2010
Código do texto: T2299495
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