Stereo

O som de tua

veia etérea,

em meu maxilar

abstraindo-me da carne.

O suco denso

e adocicado,

que tua vulva cospe em meus lábios,

é doce mel de imperfeição;

água santa da saudade.

Tua veia pulsa,

e mais as pernas.

Meus olhos crescem,

e mais me farto

deste beijo

em lábios férteis.

Minha palavra,

o que a produz,

em teu caminho

sem pedir licença

à campainha, que,

na entrada, se revela.

E tu te tornas

poesia minha,

bicho meu.

Coisa que canto

e da qual me alimento.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 05/06/2010
Reeditado em 05/06/2010
Código do texto: T2301502
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