Stereo
O som de tua
veia etérea,
em meu maxilar
abstraindo-me da carne.
O suco denso
e adocicado,
que tua vulva cospe em meus lábios,
é doce mel de imperfeição;
água santa da saudade.
Tua veia pulsa,
e mais as pernas.
Meus olhos crescem,
e mais me farto
deste beijo
em lábios férteis.
Minha palavra,
o que a produz,
em teu caminho
sem pedir licença
à campainha, que,
na entrada, se revela.
E tu te tornas
poesia minha,
bicho meu.
Coisa que canto
e da qual me alimento.