Évora
Minha vitória terá som
de tango argentino.
Deitarei o mais seco
dos vinhos chilenos
sobre teus seios fartos.
Beberei em ti
e me embebedarei de ti.
Teu suor,
latino e espânico,
lavará meus pecados carcamanos,
e tornarei-me o que almejo.
Em tua nuca
minha boca
que, ao pé d'ouvido,
canta e acorda as pernas
que me cercam
e lançam-me para dentro de ti.
Meu porvir
e Kharma,
ondulando como a maré
em ti se crava
e grava
o que seremos
num só
bicho.
Brasileiro e latino.