Sensação de despedida

Era noite e sentia sua alma trepida

Vagava pelo tempo seu pensamento

Sentia na face o torpor do cruel vento

Que lhe soprava a sensação de despedida

Sem ter de quem se despedir, e vive errante

Pelas madrugadas sem ter para quem voltar

Das manhãs translúcidas do outono faz de lar

Faz da vida uma jornada alucinante

Desprendido segue por seus vãos caminhos

Sozinho como o vento pela madrugada

Deixo meus esquecidos pelas calçadas

Escuras que vão formando redemoinhos

Diversas dimensões de meu sofrimento

Com os pés e a alma descalços sigo em frente

Como versos aspergidos no céu poente

Rabiscam um mais agradável firmamento

Num vôo audaz dissipo-me em nuvens e brumas

Tal qual a águia hábito um imponente monte

Navego por meus mares sem horizonte

Entre lágrimas, lâminas, sangue e espumas

Vou soprado por vendavais e tempestades

Com a alma trepida, o coração errante

Quanto mais perto de si, de ti mais distante

Escreve nos céus suas próprias verdades...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 05/06/2010
Código do texto: T2302049
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