REGAR ...

Carlos Celso-CARCEL (Pernambuco)

Vejo nas pétalas de uma flor que já murchara

o que ficara

de uma existência!

de uma convivência!

tantos enfeites!

tantos deleites!

desvanecidos,

esquecidos,

ressequidos...

Pétalas! ausentes do veludo que as ornava,

do aroma que emanava,

do fulgor que ostentava!

Pétalas, sós, entre tantas outras flores!

tantos amores

sem dissabores,

porem...

regados!!!

regados pela força da união,

da coesão,

do coração!

Assim, também

qual uma flor tristonha,

medonha!

pessoas, não se vêem, mas existem,

persistem!

na austeridade dominante

de um egoísmo que lhes é preponderante,

insensíveis!

terríveis!

horríveis!

Sem ôntem,

sem amanhã,

achando que somente, o hoje, existe

mas...

na vida que lhes dá tanto intervalo,

ao valo

cairão desprotegidas,

sem vidas,

até mesmo esquecidas.

Esta é a realidade insofismável,

imutável

da flor!

do amor!

que se planta e não se rega.

Regar...

(3o. pág.168)

Carlos Celso
Enviado por Carlos Celso em 06/06/2010
Reeditado em 11/12/2020
Código do texto: T2302678
Classificação de conteúdo: seguro