REGAR ...
Carlos Celso-CARCEL (Pernambuco)
Vejo nas pétalas de uma flor que já murchara
o que ficara
de uma existência!
de uma convivência!
tantos enfeites!
tantos deleites!
desvanecidos,
esquecidos,
ressequidos...
Pétalas! ausentes do veludo que as ornava,
do aroma que emanava,
do fulgor que ostentava!
Pétalas, sós, entre tantas outras flores!
tantos amores
sem dissabores,
porem...
regados!!!
regados pela força da união,
da coesão,
do coração!
Assim, também
qual uma flor tristonha,
medonha!
pessoas, não se vêem, mas existem,
persistem!
na austeridade dominante
de um egoísmo que lhes é preponderante,
insensíveis!
terríveis!
horríveis!
Sem ôntem,
sem amanhã,
achando que somente, o hoje, existe
mas...
na vida que lhes dá tanto intervalo,
ao valo
cairão desprotegidas,
sem vidas,
até mesmo esquecidas.
Esta é a realidade insofismável,
imutável
da flor!
do amor!
que se planta e não se rega.
Regar...
(3o. pág.168)