Filos Sophia

Deste canção à poesia, poetizaste a vida.

Pos no amor, o teu sabor

Pela luz do teu olhar vibrante

E irresistivelmente, carente de cor.

Tens me preso a teus abstratos ósculo,

Como promessa de dia claro, no despedir da tempestade.

Mas contrariando tudo que é sano,

Te abraço.

Com teus passos, quase sincronizados,

Dedilhavas surreais acordes poéticos.

De toda imersa no apogeu de tua sapiência

Trauteias em versos minha existência.

Costumas a voz dos teus anseios recitar

Nisto alavas meus anelos, e levavas-me além do longe.

Fertilizando ilusória esperança

No árido solo do meu pensamento.

Agora já não sei como voltar.

Ensinou-me a amar-te apesar de não conhecer-te,

Fazer de cara poro do teu corpo um porto seguro

Onde me esqueço da contradição de não te ter por perto

E ter que me contentar com esse segundo.

Por que eras e já não és,

Por que foste e não voltastes?

De presente, escombros da desordem

Que a tua ausência trás.

Grato, hoje eu sei:

Em tuas guerras, eu tinha paz.

A L Andrade
Enviado por A L Andrade em 07/06/2010
Reeditado em 11/06/2010
Código do texto: T2306096
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