Quando for médico

Cada abrir de olhos

eu passo o tempo pensando

no que eu escolhi para mim

até que ao fim do dia cerre as palpebras.

Escolhi a vida.

Melhor escolhi o limite

entre a vida e a morte.

O limite entre o sorriso e a lágrima.

Escolhi salvar.

Escolhi ser usado como instrumento.

Instrumento divino.

Escolhi a vida alheia.

A magia do sopro da vida

a nós não cabe desvendarmos;

não somos Deus.

Devemos trabalhar sempre sob Sua super-visão.

Chorarei com a família desolada

que muitas vezes virá agradecer o empenho.

Quando estava fazendo meu trabalho.

Mas chorarei a dor, partilharei dos sofrimentos.

Apertarei a mão de qualquer enfermo

que chegue ao meu alcance procurado ajuda.

Tocarei cada doente , ouvirei cada um.

Escolhi a vida humana para cuidar.

Abraçarei o meu amigo enfermo

quando este sair do incomodo leito.

E tambéns cerrarei as palpebras dos moribundos

dando-lhes o mínimo de dignidade na passagem.

Acompanharei o máximo que puder

um a um .

Ouvirei segredos únicos

e saberei guardá-los na minha mente.

Esgotarei o conhecimento

até a última ponta do último lápis

que copiou parte da sabedoria do mestre

para que possa dizer "foi a o hora dele".

Farei da minha semiologia

a arte que Portinari pintou

a arte que Dostoievisk escreveu

a música que Mozart compôs.

Serei atento a meus deslizes

e serei hulmilde a minha ignorância.

Com ela buscarei aprendizado sempre.

Serei agradecido sempre a meu mestre.

Tratarei com carinho mu paciente

visto que em muitas vezes são carentes.

Precisam mesmo é de amor.

Um simples toque e ouvidos para ele ta ótimo!

Serei médico.

valorizarei a minha clínica.

não almejo ser completo,

mas almejo ser médico!!

Rafael Rezende Da Costa
Enviado por Rafael Rezende Da Costa em 02/09/2006
Reeditado em 11/08/2009
Código do texto: T230738
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