SUSSURROS CÍCLICOS

As façanhas do ontem

Que colorem o hoje

Desbotarão o amanhã.

Se é circular o que existe,

Como ousas rotular?

O muro que protege

É o mesmo que separa.

A cruz que promete

É aquela que nos para.

Ao anoitecer, Apolo é Dionísio;

Da guerra, um instante: armistício.

Bacanal, a olhos virgens, é romaria.

Madalena, alterego de Maria.

Peçonhenta, a fruta

Pesada de culpa,

Minha, sua.

Nossa! Multa,

Caiu sobre Newton.

Sei que

O que não era é.

O que era não é.

Que sei?