TINTA E PENA
Faz-me perder a pena
Faz-me chorar o poema
que os dedos não querem ditar.
A fala, pequena, se curva
a procurar a pena
E, nas mãos o tinteiro
põe-se a derramar.
Nem pena, nem tinta!
E a palavra, suscinta,
sangra a jorrar pelos olhos
e a molhar o quente colo
que só sabia amar.
Nem tinta, nem pena!
E a palavra, pequena,
na voz do poema
recusa o falar.
D.V.
22/03/2010
Copyright © 2010 Dulce Valverde All Rights Reserved