Há dias que não sou corpo
Sempre acordada...
o gosto do último cigarro na boca me belisca,
mas há dias que não sou corpo.
As sementes de abóbora fermentam em meu estômago de chá.
Libo o sal das sementes e a acidez dos cigarros
e prendo os cabelos com uma caneta vermelha.
Já vi fios que cresceram tingidos de falso sangue.
Não os arranquei, nem os brancos verdadeiros.
São histórias misturadas,
invenções reais para ser mais e muitas.