Caminhos do Mar
Tere Penhabe

Não se pode voar, infelizmente...
Mas os olhos podem criar asas
atirarem-se no abismo verde
da encantadora Serra do Mar!

Intrépidos como as borboletas
passeiam ansiosos pelas nascentes
por todas as flores e folhas verdes
que adornam os rudes penhascos.

Param solenes diante da Drósera
tentando compreender sua defesa
como é sábia a mãe natureza
que fez a bela flor insetívora.

Suas pétalas delicadamente róseas
esperam tão ansiosas quanto os olhos
por um inseto que as alimente...
trato que o solo ácido não pode dar.

Monumentos erguem-se imponentes
pungindo as rochas, de longa data
relembrando o tempo e o vento
que criou a vida e a civilização aqui.

Descendo a rústica calçada do Lorena
parece-me praticamente impossível
ser aquilo, tudo que se teve um dia
para trilhar o caminho, com víveres.

Mas a história está ali, incrustada
no azul dos azulejos, que contam fatos
homens do passado, que despejaram aqui,
toda a sua nobreza portuguesa.

A trilha prossegue, sempre mais íngreme
seu nome é resistência. A sua paisagem
um verdadeiro lume na memória
de onde jamais sairá, viva-se quanto viver.

Sou grata aos homens, à vida e ao tempo
que me permitiram realizar o antigo sonhar.
Sou grata a Deus, que tanto me concedeu
fazendo tão bela a natureza, na Serra do Mar.

Santos, 22/08/2004_8:26 hs
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