A SONATA.

Tic, tac... Tic, tac... Tic, tac…

Faz o despertador nas minhas horas de triste solidão

Fico a observá-lo, ouvindo-o em sua ritmada atuação.

Tic, tac... Tic, tac... Tic, tac…

Tento acompanhá-lo, mas as batidas do meu coração

Em descompasso não permitem seguir, apenas ouço-os

No silêncio assim em sincronizada exteriorização

Tic, tac... Tum, tum... Tic, tac... Tum, tum, tum..

A aparte como mero espectador deste prelúdio

Composto por um despertador e um coração

Em silêncio percebo a harmonia de distintos seres,

Sempre alertas, junto a mim no isolamento da madrugada.

Contrito, testemunho, bela e harmônica composição.

Excêntrica não fala de amor e tampouco de dor.

Compõe-se somente da singular mescla do

Tic, tac... Tum, tum... Tic, tac... Tum, tum,

Cativo este espírito romântico e sonhador

Passível emociona-se com a hilária sonata

Do coração solitário com o incansável despertador

No mais ritmado Tic, tac... Tum, tum... Tic, tac... Tum, tum,

Faz a hora.

E o amanhecer a se despertar.

Na mente a hilariante recordação da sonata

Na escuridão de uma madrugada fria e solitária.

Com a claridade a suprir o todo e a sedução,

Eis que me veio a excepcional inspiração

Cadenciada por um Tic, tac... Tum, tum...

Tic, tac... Tum, tum, tum... Tic, tac… tum…