VOZES DAS ESTAÇÕES

Já não ouvimos o farfalhar das folhas, mas no triste declínio da natureza

Ouve-se a voz em agonia das folhas que caem, da vida que se esvai

É a voz do inverno, de arvores desnudas, com sons esqueléticos em fúnebre algazarra

Inverno, o som do frio sibilando pelas frestas das janelas

O silêncio dos pássaros, o ruido da chuva que cai intermitente,

O canto triste da alma cativa, do peito oprimido.

Outono, estação amena, enche de sabores o nosso paladar

Com sua variedade de frutos sazonados

Tempo de maturidade do corpo e da alma

Cores e sabores se fundem em nossos sentidos

Em uma mistura do real e do imaginário.

Primavera, o renascer da vida

As árvores revestidas de todas nuanças

O canto dos pássaros anunciando o acasalamento

Toda a natureza estuante de vida

Pare no jardim e escute as vozes das rosas se abrindo e do perfume do jasmim

Verão! O sol saudando a vida, aquecendo os veles

Tornando ainda mais bela a natureza

Perceba em todos os sentidos os sons vibrantes da cores

No fim da tarde veja la no horizonte o sol em declínio

A alegria de seus raios nos desejando boa noite

E nos brindando com o surgir da lua,

O cintilar dos astros na limpidez do firmamento

...”Ora direis ouvir estrelas”... Empresta-me, oh poeta, o teu ouvido sensorial

Quero pois escutar o riso delas!

Lucilia Cavalcanti
Enviado por Lucilia Cavalcanti em 20/06/2010
Código do texto: T2331233
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