Reflexos

Eu sou o que sou, filho do vento, nascido no tempo de ser homem.

Sou o que sou, quem sou ou o não sou.

Sou o pensamento pensante, que pensaste.

Ou o sonho do sonhador acordado.

Sou a foto do fotografo sem filme.

Sou a tela no ateliê do artista que ninguém conhece.

Sou o fato, a noticia, a urgência consciência da decência.

Sou a decida, da subida na ladeira sem fim.

Sou o elevador elevado, pra quem desce.

Sou mudo, sou mundo, sou nada.

Ou mesmo aquela mosca, na rosca do gorducho incoerente.

Que si diz consciente, mas é parte pertinente do sistema que domina a gente.

Bem como nós.

Gilmar Ribeiro
Enviado por Gilmar Ribeiro em 09/06/2005
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