Bebê

Não tinha nem nascido.

Pela casa, no trabalho,

Na rua... Sempre alguém sorria do nada.

Alegria instalada,

Roupas desenhadas,

Felicidade, felicidade inominada.

Ao nascer,

Mesmo sem saber,

Menos de um ano, uns passos,

Sorrisos a gosto e as mãos com os pés soltos no mundo.

Pela casa sempre o mimo,

Cabelos engraçados,

Palavras mal versadas na boca,

Risos da alma,

Amor em poesia de família.

Você veio em amor,

Em pureza, em calor,

Aos domingos, na semana e nos aniversários.

Até que o destino ameaçou,

Como o medo no escuro.

Assim você ensinou...

A vida está ai, às vezes, sob dor, sob lágrimas ou sob feridas.

Mas você, em criança calou a dor;

Secou a face perdida, abrindo os braços com pureza incomedida.

Assim você voltou.

(homenagem a sobrinha da Luciene)