POEMA AO NATURAL

Rasgaram-se as carnes

ao grito de guerra

e em dores de partida,

ânsias de chegada,

fez-se luz nascida

a vida anunciada

pelo estremecer da terra

de véspera arada.

E no peito arfante

um coração cansado

explode emoção,

como se o descanso

tivesse chegado

(que leda ilusão!)

e com ele o amor

há tanto esperado!

E o poema faz-se,

em entrega e papel,

a poesia acontece,

escrita na pele...

Rasgam-se cordões,

cravam-se raízes,

e é tudo tão simples,

tão natural,

quanto o momento

intenso e fecundo

em que uma mãe põe

um filho no mundo!...