Vigília

Angélica T. Almstadter

Teus olhos estatelados nos meus;

Anoiteceram, quando amanhecia.

Muitas vezes a mesma pronúncia;

Engoliu minha boca molhada de sede,

Sem interrogações...

Ouvi o silêncio da mente em repouso,

Seguido de frases confessas.

Eram as horas de Deus,

Ou refúgio da sabedoria?

Comprimida no pensamento, a renúncia,

Intrincada como uma rede,

Sem explicações...

Na minha alma quieta...um pouso,

Muitas lembranças pregressas,

O sorriso calmo dos camafeus,

O instante exato ...e a magia.

Tateei com a planta dos pés, a terra molhada,

Ave-semente que em ti se eterniza,

E brota de mim na relva suada,

Sem humilhações...

Na taça sem limite, o nardo escorre;

Doce pranto, no brinde da sacerdotisa

Mansamente coberta de aurora,

A noite enfim...morre...

Nas constelações...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 24/01/2005
Reeditado em 24/01/2005
Código do texto: T2344
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