Espaços & Fragmentos!

Púrpura como miríades, são faces ocultas,

Qual seja a feitura de palavras assim ditas,

Pelo que o vasto mar se tanto carrega,

Finca a mão pelo lodo que sobra afoito,

Todos os ossos a tremer na solidão,

Do canto tão guardado nos escombros,

Dos maldizeres que rompe a garganta,

Mira da grade suja o tempo em fastio,

Deste olhar seco & duro, feito gárgula,

Pelo alpendre que apedreja o vento,

Corre a luz em busca de seu espaço,

Tirante de tantos ranços do passado,

Quais chagas que teimam em se perpetuar,

O pelo duro que rompe as faces,

Quando te espetam pelas tenras carnes,

Pequenos entraves que o tempo grisalho traz,

Mas nada de se perder o jeito, nada mesmo,

Apenas uma espera lancinante de espreita,

Por que da vontade que tanto prega,

Tamanhas são as desculpas & dificuldades,

Assim como os receios de novas perdas,

Por aquilo que ainda precisa se assentar,

Quimeras repentinas parafraseando águas,

Donde nada de absoluto se bem extrai,

Culpas pelas carnes dilaceradas em dores,

Dessas que aparecem como encanto & mágica,

Sim, o velho pirata, talvez até mero bruxo,

Olha na linha da água para refletir o que passa,

Passagens se sobrepondo irreais, intrincadas,

Como se uma verdade se sobrepôs a outra,

Derivativos de base profícua, talvez inércia,

Como papel que se cala na gaveta,

Foge da luz, não brilha pelo escuro, diminui,

Fugaz por estratégia, ou apenas arremedo,

Não, não há mapa, tão pouco indicações,

Páginas incompletas de uma mesma história,

Mais desculpas para sempre dizer não,

O tempo não espera, continua correndo,

Por vezes não se recupera a hora perdida,

Todo bem querer exige algum esforço,

Mesmo que seja apenas passar para dizer oi...

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 28/06/2010
Código do texto: T2346433
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.