A garota do Chelsea Hotel

Perco-me nos corredores daquele hotel

Nele, passo as noites flutuando sobre seus empoeirados carpetes

Isso é o suficiente para me deixar doente

Johnny traz-me o que preciso enrolado em plásticos transparentes

Ele vem agora... Estaciona perfeitamente

Vejo-o chegando, da janela fico à sua espera

Deve ter acabado de tomar o elevador

E se dirige ao quarto 115, ou seria o 506?

Talvez ele me encontre

E me trate mal outra vez

Ele pensa que é alguém, porque seu pai é alguém

Somos humanos de espírito ausente

Confundo o passado com o presente

Não estou para suas brincadeiras

Mas, mesmo o amor perfeito não é duradouro

Dê-me o que preciso, sei que está em seu bolso

Do negro blusão de couro, o mesmo de sempre

Desde a primeira vez, usava-o

Agora, usa-me em brincadeiras inconsequentes

Hoje, está diferente... O que se passa?

À minha frente, percebo uma jovem indolente

Apática, carrega sedas e papéis, chama-se Ingrid

Venham todos agora, entrem, vão se acomodando

Em breve a festa acaba, fico eu no Chelsea Hotel...

... Onde meu mundo está sempre desmoronando

* À Nico e seu álbum: “Chelsea Girl” de 1967.

Marciano James
Enviado por Marciano James em 30/06/2010
Reeditado em 24/01/2011
Código do texto: T2350261
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