Make poems, not war

Como quem tem um filho

por gosto,

gosto de escrever poesia

sentindo tudo.

sem anestesia,

dores de busca técnica

ou preocupações

de desnecessária estética.

Como quem faz amor

por querer,

quero o sentimento

seduzindo o verso,

num fluir descendo

de fogosa lava

em robustecimento

de solidificação.

Sou mais feliz assim,

sentindo o poema

sair-me de dentro,

como quem recria

a própria alma

em virginal poesia.

E se nós quisermos

-eu e as palavras-

fingimos ser poetas

de sublimes lavras,

brincamos às rimas

e sílabas contadas…

Mas sem preconceitos

ou obrigação.

Fazer poesia

não deve ser um acto

de prostituição!