Queria

Queria sentir o peso das mãos pousadas

Sobre as minhas repousadas

O cheiro almiscarado do pecado

Em conta gotas revelado

Sentir a pele que me veste sem censura

Em acordes de loucura

Queria no meu seio aconchegado

Murmurando um poema encantado

O menino grande acanhado

Quem em mim sonha acordado

Queria ..só queria

Uma nesga de alegria

Me sentir amada e protegida

Desse frio sem guarida

Que recobre minha carne frágil

Queria um beijo fácil

Que rompesse a armadilha do destino

E nas procelas dançando em desatino

Me trouxesse o amor e seu feitiço

Enquanto ainda tenho viço

Queria enganar meu medos

Gritar alto meus segredos

Vencer as últimas fronteiras

Essas enormes cordilheiras

Que me atiram no precipício

Onde amar é meu vício

Queria a vida que em mim se agita

Correr nos dias como na escrita

Perfumar as horas frias

Varrer as nostalgias

Beber o licor melado

Com o amor do lado

Queria o que não conheço

O amor sem preço

Que me chegasse de surpresa

E que me levasse presa

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 10/06/2005
Código do texto: T23561
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