VITORIOSA

LUIZA SAMPAIO
 
 
 
Fétida figura que o coração não mais acusa
Alquebrantado ser na sua sórdida mesquinhez
Sem noção, não enxerga que a vida o usa
Apopléctico restou ante a demonstrada altivez
 
Triste foi a cena que sem ensaios protagonizou
Cálida postura, a sorrir, a sua empáfia dilacerou
Murmúrios inaudíveis sua garganta dizer ousou
Mas diante da esfinge, baixou os olhos e parou
 
As mãos, o corpo, com sabedoria percorreram
Olhares eloquentes tudo disseram e mostraram
Diante de um nada, lá estava a imagem vitoriosa
 
Prazer dos poros transpirava a suave e meiga rosa
Dorso altivo e confiante, fez calar o mundo em volta
Magnífico e ansiado momento, celebrou a reviravolta.