Coração de leão
matei quem eu amava nas dobraduras de um papel
ficou tão riscado
que fiz de um brinquedo
de papel, um enterro
e se chovia lá fora eu também morria
sem esquecimentos
ou lembranças desnecessárias
eu era uma cinza na chuva
das cinzas do que fora um dia
meu esparramado coração de leão
ríspido e triste
no pedaço de papel que foi teu e me levou