Coração de leão

matei quem eu amava nas dobraduras de um papel

ficou tão riscado

que fiz de um brinquedo

de papel, um enterro

e se chovia lá fora eu também morria

sem esquecimentos

ou lembranças desnecessárias

eu era uma cinza na chuva

das cinzas do que fora um dia

meu esparramado coração de leão

ríspido e triste

no pedaço de papel que foi teu e me levou

Márcio Barreto
Enviado por Márcio Barreto em 09/09/2006
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