Amores

Amores

Amores ficam na retina, nas redes vazias,

entre primaveras tardias, nos poemas que cantam

estrelas arredias pousando em mares ternos.

Amores ficam, amores eternos,

nas gavetas trancadas das lembranças eternizadas,

nos outonos tantos de ipês amarelos

amores ficam, amores eternos,

nas praças com nome de Marias ou Helenas,

nas igrejas, nos campanários,

na saudade que dispensa calendário

amores dançam nos casacos antigos invernos

melodias que ardem nas brasas quietas da lareira,

no vinho que embriaga o cálice nas sextas-feiras

nas horas em que anos dilacero, sentimentos imutáveis

amores ficam, amores eternos,

ainda que inalcançáveis

amores serão sempre amáveis...

Tonho França

Tonho França
Enviado por Tonho França em 10/09/2006
Código do texto: T237209