O tio Geraldo (meu pai de criação)

Aquilo era assim como se fosse um vício

Quando ele vinha alegre do serviço

O mundo então parava

Ninguém mais falava

Para ouvir o som que ele assobiava.

Na voz havia um certo tom de arcanjo

Quando falava: vem prá cá, meu anjo

E mesmo que não as visse

Vestidas de manta

Toda menina era “minha santa’.

O rosto assumia um jeito assim de muito sério

Quando bradava: “má vá, vá, meu véio!”

E mesmo àquele que era

Da paróquia, o padre,

Deixava ele de chamar compadre.

Rossan
Enviado por Rossan em 16/07/2010
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