DIÁLOGO DE UM RACIONAL COM O POETA
Que invejável tua alegria,
Oh poeta insano de mente vazia
Sentimental, és tolo em demasia
Não enxergas tua própria utopia?
Eu vivo a vida real, não poesia!
Não espero que entendas, com tanta arrogância,
Mas não recuso explicar, com relutância,
Dizes que vive? Em que circunstância?
Teu “real” é uma grande inconstância
Nem sabes o que é viver em tua ignorância!
Fantasioso, abstrato, fútil! Desiste,
O amor que alegas inexiste
No materialismo o mundo consiste,
Sentimentos são prazeres, não viste?
Sinceridade não há mais, por que persiste?
Vazio é quem fala sem nada saber
A língua vibra, mas a alma se cala, sem dizer,
Pensai que o sentimento é mero prazer?
Desacreditas da sinceridade por não a ter?
Apenas observas a vida, quando vais viver?
Se este amor que falas é real, tente provar,
Dê-me uma amostra de que é verdade
A união, a relação, não existem para durar,
É o resultado da evolução, modernidade,
O amor se firma por um tempo, se há necessidade,
E outro começa quando este acabar
Não fales de algo além de tua compreensão
Isso a que te referes é desejo, satisfação,
O que sentes por um momento, é emoção,
É egoísmo e desrespeito, não há interação,
Não vês o puro amor por estar distante de teu coração!
Em tudo na vida se busca satisfação
Minha vida é repleta de meus valores
Com muitos tesouros felicito meu coração
Não há nada que me falte, não me atinge a solidão
E com meus tributos conquisto meus amores!
Não queres enxergar quão vazia é tua realidade
Teus ideais são inválidos, só tens vaidade,
Não tens sequer amigos verdadeiros, só falsidade,
Fazes da vida um abismo de infinita profundidade
Nunca terás o amor e a verdadeira felicidade!