DIÁLOGO DE UM RACIONAL COM O POETA

Que invejável tua alegria,

Oh poeta insano de mente vazia

Sentimental, és tolo em demasia

Não enxergas tua própria utopia?

Eu vivo a vida real, não poesia!

Não espero que entendas, com tanta arrogância,

Mas não recuso explicar, com relutância,

Dizes que vive? Em que circunstância?

Teu “real” é uma grande inconstância

Nem sabes o que é viver em tua ignorância!

Fantasioso, abstrato, fútil! Desiste,

O amor que alegas inexiste

No materialismo o mundo consiste,

Sentimentos são prazeres, não viste?

Sinceridade não há mais, por que persiste?

Vazio é quem fala sem nada saber

A língua vibra, mas a alma se cala, sem dizer,

Pensai que o sentimento é mero prazer?

Desacreditas da sinceridade por não a ter?

Apenas observas a vida, quando vais viver?

Se este amor que falas é real, tente provar,

Dê-me uma amostra de que é verdade

A união, a relação, não existem para durar,

É o resultado da evolução, modernidade,

O amor se firma por um tempo, se há necessidade,

E outro começa quando este acabar

Não fales de algo além de tua compreensão

Isso a que te referes é desejo, satisfação,

O que sentes por um momento, é emoção,

É egoísmo e desrespeito, não há interação,

Não vês o puro amor por estar distante de teu coração!

Em tudo na vida se busca satisfação

Minha vida é repleta de meus valores

Com muitos tesouros felicito meu coração

Não há nada que me falte, não me atinge a solidão

E com meus tributos conquisto meus amores!

Não queres enxergar quão vazia é tua realidade

Teus ideais são inválidos, só tens vaidade,

Não tens sequer amigos verdadeiros, só falsidade,

Fazes da vida um abismo de infinita profundidade

Nunca terás o amor e a verdadeira felicidade!

Daniel C Rodrigues
Enviado por Daniel C Rodrigues em 16/07/2010
Reeditado em 26/02/2016
Código do texto: T2382138
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