Mariana

Minhas dores,

são meus acessórios

de vida!

São ramos

tortos

que enfeiam

a flor.

Minhas dores

são feitas de cor

azeda.

Coisa que ninguém

se atreve a provar.

E se provo do amargo,

doce deixo de ser.

E se passo,passo ao largo,

coisa de homem comum,

coroado de espinhos

do invisível;

onde ninguém vê,

ninguém sabe!

Já fui prá não voltar,

já cheguei prá nunca sair.

Homem valente e amoroso

de duas portas!

Mas a porta bate duas

vezes,

cercada de som opaco;

se vai, sou eu,

se fica, fica ela,

com desdém e lágrimas.

Se parti,

foi um dia.

No passado que não

tem nem mais nome.

Agora, me perdi no tempo,

já fui pro largo

dos desaparecidos

em plena vida !

E se é por pedir,

todo mundo pede:

Volta, Mariana

eu também só sinto

dor!

José Kappel
Enviado por José Kappel em 12/09/2006
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