Consentida

Não mais que uma fenda clara,

Um sopro leve e o perfume instilado;

E eu corto a brisa que atravessa

O ambiente sutilmente preparado,

Na mansidão de uma prenda rara.

Amante com gosto de pecado,

Sem que a noite tenha pressa

Me repito no leito revirado;

Nos braços fartos que me apertam,

Na peito saudoso que me guarda.

Redenção em hora incerta,

Gestos que por si falam,

Num tempo que já não tarda

Por onde minh'alma hiberna.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 10/06/2005
Código do texto: T23849
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