Consentida
Não mais que uma fenda clara,
Um sopro leve e o perfume instilado;
E eu corto a brisa que atravessa
O ambiente sutilmente preparado,
Na mansidão de uma prenda rara.
Amante com gosto de pecado,
Sem que a noite tenha pressa
Me repito no leito revirado;
Nos braços fartos que me apertam,
Na peito saudoso que me guarda.
Redenção em hora incerta,
Gestos que por si falam,
Num tempo que já não tarda
Por onde minh'alma hiberna.