Beijo a noite...

Um silêncio agitado... Moldes avulsos... O coração dispara... Para.
Os ponteiros marcam um desgaste mais sério... Um passo... Um marcar o passo.
Beijo a noite, numa loucura única... As voltas que darão as pernas... Os músculos... O avesso das armaduras.
A madrugada brinca feito criança com as mechas dos meus cabelos... Lançados os fios... Contra o colo assustado.
As luas... Tão minhas... Tão tuas... Olham-me sem me reconhecer... Algumas nuvens... Dois travesseiros.
Magia... Encontra-se nas palavras... Em atos destacados... Em páginas reviradas... Nas folhas colocadas com cuidado de pétalas, ao lado de um furacão.
Beijo a noite... Olho adiante... Diante de um espelho.
Versos e rimas... Num acordar mais cedo.
O gosto amargo de uma madrugada que anuncia... O que os olhos avisam... Revisam ao afastar-me para ver.
Tantos são os sinais marcados nos últimos dias... Molho com o vazado molde aquilo que é reflexo de um mundo falho.
Beijo com o despir-me da posse... Afasto as cortinas para a eternidade... Viro sombra de mim mesma... Um dia, esqueço... Beijo ao queimar e voar pelos quatro cantos do solo... Que seja breve o parar do meu tempo.


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