SINTOMÁTICO

Reveladora espera pela cura

Cruzando os caminhos do acaso

Me pego doente, ferida

Sangrando místicas lágrimas em meio aos mortais

Venerando um sonho perdido

Espalhando prantos de angústia

Me pego doente, perdida

Oferecendo rosas à Deuses surdos, mudos, cegos...

Polindo a pérfida imagem do passado

Relembrando os momentos de luxúria

Me pego doente, felina

Escavando profundezas interiores buscando forças.

Selvagem é o medo!

o medo...

do futuro que cobre o manto do passado, que ronda minhas noites escuras, que envenena meus pensamentos, que molha minha face com o negro da solidão infinda, que ferve minha febre de desejos e me percebe enferma, frágil, fraca, demente.

E, possuída por ti, me pego: doente!