ÂNCORA AO VENTO !

Ancoro minha nau no vento.
Não sei em qual época estou vivendo.
Do alto vejo a indistinção das divisões.
E aguardo das raças-castas extinções.

Sem bandeira, sem máscara.
Sou franco-atirador que não atira em nada.
Calo meu medo.
E só para minha paz mantenho zelo.

Não me procuro em mim
pois não sei se já vim.
Nem te olho
com olhos de cobrador de impostos.

Procuro nos ver
da nau ao vento.
Procuro nos ter
sem medidas de intento.

Procuro ser
o que chegou
sem ninguém ver
que partiu...