DEVASSIDÃO DOS SENTIDOS

Graça da Praia das Flechas

Sinto medo quando estou assim

Deste jeito frio

Coração desprovido de sensações

Como água parada

Estagnada

Sem ter por onde fugir

Com o vazio no horizonte

Não sinto o Céu

Não vejo os montes

A Lua dourada sumiu

Meus olhos estão opacos

Sem ter por quem sofrer

Por quem chorar

Por quem amar

Estou rodeada

Pela insensibilidade de meus sentimentos

Vulcão extinto

Doces lavas secas

O magma endurecido

Tudo diluiu-se

Simplesmente esvaiu-se

Nem rancor

Nem dor

Nem saudades

A cabeça é como se não fosse minha

Recusa-se a pensar

Unicamente isto

É a inexistência do que nunca houve

De uma lembrança do que jamais será

Delírios que nunca foram sentidos

É o não-ser

É a escuridão

É o Nada que pego

Da Devassidão de meus Sentidos

Com minhas próprias mãos!

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