Tese

Eu vivo em função do que eu conto

A mim mesma sobre as verdades que eu invento.

Talvez encontro-me no que leio

Já que é “vã a fé sem obras”.

Vou oscilando entre os espaços:

Céu/inferno, mar/deserto, berço/cova.

Na dialética das repetições: recorte

À luz da simbologia.

Sou aquela complexidade mórbida

Me tornando uma personagem-tipo

Pronta pra ser aplicada ao romance:

Os enganos são simples simulações.

Nessa vida histericamente horizontal

Eu sonhei, cresci, amadureci

E esqueci

Que os homens gostam de meninas.

Mas o que é o tempo,

Indaguei logo antes de dormir,

A mim que vivo a dar conselhos

A quem sempre morre antes da esperança?

Maria Clara Dunck
Enviado por Maria Clara Dunck em 13/09/2006
Código do texto: T239439
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