Tese
Eu vivo em função do que eu conto
A mim mesma sobre as verdades que eu invento.
Talvez encontro-me no que leio
Já que é “vã a fé sem obras”.
Vou oscilando entre os espaços:
Céu/inferno, mar/deserto, berço/cova.
Na dialética das repetições: recorte
À luz da simbologia.
Sou aquela complexidade mórbida
Me tornando uma personagem-tipo
Pronta pra ser aplicada ao romance:
Os enganos são simples simulações.
Nessa vida histericamente horizontal
Eu sonhei, cresci, amadureci
E esqueci
Que os homens gostam de meninas.
Mas o que é o tempo,
Indaguei logo antes de dormir,
A mim que vivo a dar conselhos
A quem sempre morre antes da esperança?