Sedução (para os namorados)

Tivesse eu

como me dar,

em tela, teclado ou tato.

Tivesse eu mistérios

que te fizesse correr impérios,

astrólogos, oráculos.

Tivesse eu o belo

que ultrajasse o correr das horas,

ultrapassasse o tempo,

sem erros, sem eras.

Tivesse eu o manto negro

das mulheres do Irã,

ou o sorriso malicioso

das jovens de Amsterdã.

Assim mesmo apagaria as velas

e, em meio à embriaguez

do vinho e do desejo,

clamaria por tua voz,

por teu corpo teso;

por tuas mãos

que, com sabedoria, me despem

(do que sou ou não)

e me seduzem...

reduzindo-me apenas

ao que no momento interessa-me:

ser tua.

Rocio Novaes
Enviado por Rocio Novaes em 11/06/2005
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