LEIS DO NADA

Água caindo em gotas

No fio das finas navalhas,

Sombra sem sensação

Na pele da morte na paixão,

São obras abandonadas

Abandono das madrugadas,

O frio fátuo que não assusta

O demônio que o mundo expulsa

Tudo é diferente não por ser

Mas sim sem saber por quê.

Um estado em estado de decadência

Levando multidões para a falência,

Sem medir as grandes consequências

São todos medidos por emendas,

Falsos tributos tributados

Navios vazios afundados

Tudo por um perdão

Por um pouco de pão,

É preciso pedir proteção

Na mira de um canhão.

No deposito de formigas mortas

Num celeiro com celas e esporas

De uma moldura eram feitas molduras

Preocupados todos eram com tudo

Ansiosos esperavam por um futuro

Prometido e desejado

Projetado e cobiçado

Glorificado e vendido

Por mãos pregadoras

Por crenças enganadoras.