Estanquei Meu Sangue

Provei de todos os dissabores,

Preenchi minha vida com seu desamor,

Me embriaguei de tristeza.

Matei a saudade, da mesma forma

Que ela me matou.

Fiz o tempo esperar por mim.

Vivi uma vida a te buscar,

E assim corria contra tempo.

Quebrei alguns corações,

Como eles me quebraram.

Saltei dias e noites,

Sem me refazer a te esperar.

Então, decidi não mais sonhar,

Mas a vida não me deu esse desprazer.

Ela se encarregou de me trazer esse amor,

Me fez te amar pelo avesso a todo segundo,

E me tirou você, sem me dar um preço.

Tenho hoje um peito trajado de dores.

Quando amei, não passou de ilusão.

Mas quando você soltou as garras

Do meu coração, já tinha me curado.

Toda essa lamúria, está supurada.

Por tempos tive delírios,

Me afoguei nos mais sujos vícios,

Esvaziei meu corpo, e arranquei

Todos os meus sentimentos.

Tentei encontrar um tempo para nos refazer.

Pintei meu amor, em copos de licores,

Perdi um pouco de mim em cada ferida,

Mas estanquei meu sangue e aliviou.

Fui em busca da morte, já que a vida

Só havia me dado dor e solidão.

Andei com anjos caídos, e ando

Como fantasma pelas ruas da vida.

Me entreguei a você, como nenhuma

Outra alma havia sido entregue ao corpo.

E hoje aceito a cicatriz como perdão.

Não vou mais levar rancores, nem pintarei esses amores.

De nossas brigas, nenhuma foi de valor.

E de nossos choros, o céu nos castigou com dor.

E Apenas tragarei inúmeros sabores,

E escreverei infinitos versos das mentiras

De amor, que eu aprendi com você.

Afagando o meu peito,

Deixando sereno o meu coração.

Aliviando toda essa solidão.

Társis Farias
Enviado por Társis Farias em 28/07/2010
Reeditado em 12/08/2010
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