De meus dedos

Nessa maldição que me encanta a alma

Escrevo...

Palavras que mostram minha nudez

escancaram o norte de meus pensamentos

e nesse desassossego, sigo...

Na inquietude mórbida de viver por isso

Na loucura da criação

No perfeito caminho do grau zero

Colecionando paixões inacabadas, sem a intenção

Sozinha...

Esperando aquele que será o dono das minhas frases

Nesse estertor que me deixam marcas

Na imperfeita ordem das canções

No quase tocando o céu

No eterno fugir das trevas

Na infinitude das lembranças

E não tem volta

Perdida...

Possuindo folhas virgens

Face a face com versos ideais

Desconstruindo tantos medos incompreendidos

maltratando meu ser com cinzas e reconstruções

Perseguindo o desejo do crescimento

Me torturando com o dom divino

alcançando a ternura dos anjos

Escrevo...

Nessa maldição que é a razão do meu existir