Romance do louco
Pra cabeça do demente
O poema é aguardenete
Pode chorar a vontade
E se acomode na cama
Onde janta tua garota
Onde erguem tua forca
Pra cabeça do demente
O poema é aguardente
Sujeira me fala amor
fala mirra, azeite e lampião
te adorna de ametista e de incenso
te impregina
de teu cheiro de teu beijo de teu poço de fartura
de doçura por terminar
meu desgosto de andar por essa terra
e essa sina me abate e que me mate
pois não vou sair do lado
do teu canto ajustado
Para o andarilho
o gosto da vida é o amor
Para o louco a vida é o pavor
Para todo o homem solitário
Beberrão e otário
Vale mais uma raposa
feito ela para dar
a paz a prece o prato e um parto de alegria
Uma doce inspiração
Pra uma vida de farinha
Pra cabeça do demente
O poema é aguaradente