Romance do louco

Pra cabeça do demente

O poema é aguardenete

Pode chorar a vontade

E se acomode na cama

Onde janta tua garota

Onde erguem tua forca

Pra cabeça do demente

O poema é aguardente

Sujeira me fala amor

fala mirra, azeite e lampião

te adorna de ametista e de incenso

te impregina

de teu cheiro de teu beijo de teu poço de fartura

de doçura por terminar

meu desgosto de andar por essa terra

e essa sina me abate e que me mate

pois não vou sair do lado

do teu canto ajustado

Para o andarilho

o gosto da vida é o amor

Para o louco a vida é o pavor

Para todo o homem solitário

Beberrão e otário

Vale mais uma raposa

feito ela para dar

a paz a prece o prato e um parto de alegria

Uma doce inspiração

Pra uma vida de farinha

Pra cabeça do demente

O poema é aguaradente

Turkk
Enviado por Turkk em 30/07/2010
Código do texto: T2407604
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