REFLEXÃO SOBRE O NATAL

Há dois mil anos

o céu tocou a terra

árida da guerra

e muito tempo se passou

depois aquela Noite de Belém.

Vinte séculos de civilização cristã

não foram suficientes para emergir do egoísmo,

da consciência de si próprio

e do mundo falseada

pelo excesso de individualismo e desamor.

Imaginemos que Cristo nasce hoje (...).

Um homem do interior,

com a sua mulher grávida,

perambula pelas ruas da cidade,

buscando abrigo na noite fria.

Eles fizeram longa viagem,

ao lombo de animais,

de carona

e finalmente a pé.

Estão cansados,

sedentos

e as suas roupas trazem consigo

a poeira dos caminhos.

Onde ele irá passar a noite?

haverá guarida para Ele em nossos corações

ou fecharemos a porta?

Não é isso que fazemos aos velhos e crianças pobres

quando nos importunam com as suas queixas?

E se não conseguimos identificar

o Cristo no seu irmão sofredor,

como reconhecê-LO em pessoa,

quando estiver à nossa porta?

Estará vestido como homem deste século,

a Sua divindade mergulhada na humana natureza.

Aos nossos olhos será mais uma criança

faminta de pão e de amor

como as que disputam com cães

restos de alimento na lata de lixo,

namoram brinquedos na vitrine

que nunca serão seus

e dormem nas praças,

debaixo das marquises,

cobertos de jornais

No passado,

só os magos do oriente

e os pastores de Belém

O reconheceram

guiados pela fé.

.............

Senhor,

Deus Menino,

neste Natal vem habitar nossas casas.

Te daremos abrigo e o modesto conforto de nossas mesas.

Trás também teu pai e tua mãe e fica conosco para sempre !

José Luongo da Silveira
Enviado por José Luongo da Silveira em 16/09/2006
Reeditado em 16/09/2006
Código do texto: T241464