REFLEXÃO SOBRE O NATAL
Há dois mil anos
o céu tocou a terra
árida da guerra
e muito tempo se passou
depois aquela Noite de Belém.
Vinte séculos de civilização cristã
não foram suficientes para emergir do egoísmo,
da consciência de si próprio
e do mundo falseada
pelo excesso de individualismo e desamor.
Imaginemos que Cristo nasce hoje (...).
Um homem do interior,
com a sua mulher grávida,
perambula pelas ruas da cidade,
buscando abrigo na noite fria.
Eles fizeram longa viagem,
ao lombo de animais,
de carona
e finalmente a pé.
Estão cansados,
sedentos
e as suas roupas trazem consigo
a poeira dos caminhos.
Onde ele irá passar a noite?
haverá guarida para Ele em nossos corações
ou fecharemos a porta?
Não é isso que fazemos aos velhos e crianças pobres
quando nos importunam com as suas queixas?
E se não conseguimos identificar
o Cristo no seu irmão sofredor,
como reconhecê-LO em pessoa,
quando estiver à nossa porta?
Estará vestido como homem deste século,
a Sua divindade mergulhada na humana natureza.
Aos nossos olhos será mais uma criança
faminta de pão e de amor
como as que disputam com cães
restos de alimento na lata de lixo,
namoram brinquedos na vitrine
que nunca serão seus
e dormem nas praças,
debaixo das marquises,
cobertos de jornais
No passado,
só os magos do oriente
e os pastores de Belém
O reconheceram
guiados pela fé.
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Senhor,
Deus Menino,
neste Natal vem habitar nossas casas.
Te daremos abrigo e o modesto conforto de nossas mesas.
Trás também teu pai e tua mãe e fica conosco para sempre !