"TARDE DEMAIS"
O tempo se assemelha a areia nas mãos;
Por mais que tentamos segurá-la;
Ela escorre entre os vãos;
Desperdiçar essa preciosidade, jamais;
Pois não volta nunca mais.
O tempo absorve impiedosamente nossos dias;
Sabemos da rápida passagem da vida;
Mas por esquecimento;
Por distração;
Temos a ilusão da eternidade.
Na busca insana de respostas;
No desespero por acalento;
Desapercebemos os melhores momentos;
Momentos ofuscados;
Por serem simbolizados com pequenos gestos;
Como um sorriso franco, num rosto encantador.
Sentada na laje fria;
Agora compreendo o porquê flutuo;
Ao invés de caminhar;
O porquê sentia frio no meio da multidão;
Anjos mudos sempre me acompanham;
Vejo meu corpo em decomposição.