SONATA LUNAR

As asas negras ruflam em silêncio,

Atravessam o sombrio do azul,

Cortam astros pela madrugada,

Sorvem a luz fria de um luar vazio.

As asas negras rompem os desígnios

De signos celestes e divinos

Abrem janelas de passados esquecidos,

Esquivam-se pela noite em luto,

Adentram o profundo do sono,

Invadem os sonhos imaculados,

Distorcem seu tempo, mudam seu ritmo

Transmutam cenários:

A insônia dos salgueiros,

O abandono dos plátanos,

Para um jardim de lavandas

Sob a tintura de um céu anil.

As asas negras, anjo da noite,

Sortilégios transcendem de ti…

Diz para mim, ser tão etéreo,

Por que visitas os meus delírios?

Por que enxuga com teus lábios

as lágrimas noturnas que rolam do meu rosto

enquanto me afogo em pesadelos?

Por que tu, sombra do breu?

Enquanto o mundo toca seu violino calado,

Um anjo da noite guarda meu sono…

http://eadrom.wordpress.com/

Michelle Buss
Enviado por Michelle Buss em 08/08/2010
Reeditado em 08/08/2010
Código do texto: T2426574
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