CASO FLORES, SENHORA...

perto de casa corre um riacho cheio de peixes

que faz a curva em todo o vale, e por favor

caso flores senhora não me deixa de fora

das pedras ninfas do riacho da memória.

em balbúrdia lhe falei um dia que o esquecimento

jaze o tempo em que não tornaremos mais,

pois agora digo-lhe em desalento, não

vai-te embora que preconizo minha paz!

todos os sonhos floridos que por conta sonhamos

são despejados com o bocejo ordenho do sono,

e insanos corremos pelos bosques verdejantes

como viajantes que perderam o seu trem antes

da aurora nascer desagregadora em cores cruas...

caso fores senhora, não esquecei tu as flores tuas.