Parto

Despedir-me de você

É como parto de mãe à mercê

Nem filho nem mãe

Acham que é hora

Ela sem ambulância, despreparada

Ele no quente do útero

Quer tudo menos corte

Do angelical cordão

Umbilical

A seiva que alimenta

Olha triste o rompimento

Não quer que a bolsa estoure

Mas ela teimosa

Cai no chão

E as palavras

Doces...

Carinhosas...

Nadam...

Na água da poesia

Teimosa, parte

Parto

Ao meio:

O coração.

Isabel Cristina Rodrigues
Enviado por Isabel Cristina Rodrigues em 11/08/2010
Reeditado em 11/08/2010
Código do texto: T2430785
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