Da Canção de Sonhos Adormecidos

Cante a canção que, ainda recordo,

Nas tardes calmas pai assobiava

De alguns versos hoje tão remotos

Quanto os sonhos que ela cantava

Como se de um sono tão profundo

Me despertasse e o sonho acabava

Demasiada a descrença no mundo

Essa canção já não cantava nada

Eis que hoje ouço uma nova canção

Que me soa como a mais calada

Fecho os olhos e, quase em devoção,

Choro pelos sonhos que pai plantava

Quantos dos meus ainda sonham como

Eu sonho e me encontro perdido no nada?

Pois que cantemos, despertos do sono,

Como meu pai, em seu tempo, cantava!

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 11/08/2010
Reeditado em 11/08/2010
Código do texto: T2430857
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