Fluida resistência

Sem a morte não haveria o corte entre o agora e o além. A morte é o futuro! Avante! Pra frente! Ao fim!

As palavras pretendem-se eternas. Mato-as, frustro-as, apago-as, deixo que se devorem, como o tempo me devora a mim.

Mas as palavras não morrem, só trocam de roupa: vestem-nas com diferentes interpretações sempre.

As palavras resistem porque seus sentidos mudam. A vida das palavras -

esses símbolos eternos - está no homem; não no homem que as escreveu, mas no homem que as lê, no homem que as lerá. No homem. Amanhã.