ESPONJA

A minha poesia está submersa

Dorme no fundo mais fundo dos mares

Onde tudo é permitido

E do mundo escondido

A minha poesia virou concha

Cavalo marinho

Esponja

Absorve o sal

E se faz mal

Desço as velas

Caem uma por uma

As penas

Feito lágrimas

Brancas e morenas

Das asas quebradas

Das garças

A minha poesia foge

Em outras paisagens morre