BILHETE

Amado

Estou indo embora.

No cais vejo o aceno

das promessas

que se afogam lentamente

nas brumas do passado.

É noite. E negra a solidão.

Bóiam destroços ao longe,

restos de nós que se afastam

ao sabor da maré.

Jogo ao mar esta mensagem

esperança que vai e vem

nas ondas da quimera.

Amanhece na linha do horizonte...

De novo o velho sol aparece.

Eu.

Lina Meirelles

Rio, 11.08.10