Paixão

Fosse falar de paixão,

falaria de lava:

lava que traga a vida, os corpos, tudo.

Falaria do próprio vulcão,

que assusta, que atrai,

que jorra e expele,

q devora tudo que o cerca.

Suas cinzas obscurecem

o céu, o sol, o ar, os homens.

Essas cinzas que restam no fim do paixão,

esse fumo negro que cega e liberta.

A água, transparente, envolvente, fresca, mãe da pureza,

[serve bem ao amor.

À paixão, não: a paixão é lava;

é um passeio à beira do vulcão que está quase em erupção;

é como subir ao seu topo e fazer ecoar dentro dele

[gritos de desejo.

Ou calar-se, deitado, quieto, de olhos fechados, no chão:

dormir e sonhar com ela, enquanto avança a lava,

a qual tornar-me-á eterno.

PS. Resposta a Fernanda Sier.

Pedro Oniwlack
Enviado por Pedro Oniwlack em 13/08/2010
Reeditado em 23/07/2011
Código do texto: T2435256
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